HĂĄ novas tendĂȘncias do mercado de trabalho a surgir quase todos os anos devido Ă evolução tecnolĂłgica. Algumas podem deixar-te surpreendido enquanto outras sĂŁo jĂĄ uma realidade a que nos vamos habituando.
Os Ășltimos tempos tĂȘm sido desafiantes para a humanidade. Depois de dias complicados devido Ă pandemia de covid-19 que motivaram mudanças profundas na nossa vida, veio uma fase ainda mais negra com guerras, a crise do gĂĄs e a inflação a disparar.
Pelo meio, estão a acontecer vårias mudanças no mercado de trabalho que podem ser decisivas para o nosso futuro profissional. Isso é especialmente marcante com o crescimento do teletrabalho que se tornou algo normal na vida de muitos trabalhadores pelo mundo.
“A Grande DemissĂŁo” e o “quiet quitting“ foram outras tendĂȘncias que marcaram 2022, implicando novos desafios para as empresas que tĂȘm de ser cada vez mais criativas a contratar.
Mas o que poderemos esperar para os prĂłximos tempos? HĂĄ tendĂȘncias que vieram para ficar, como vais perceber jĂĄ de seguida.
6 TendĂȘncias do mercado de trabalho na era digital
Algumas das tendĂȘncias a que temos assistido nos Ășltimos tempos vĂŁo manter-se como realidades incontornĂĄveis. Os locais de trabalho estĂŁo a tornar-se, gradualmente, mais diversificados e mais remotos do que nunca.
Além disso, vai tornar-se cada vez mais importante a flexibilidade de empresas e de trabalhadores, para se adaptarem às mudanças do mercado laboral. Isto vai promover uma cultura de maior tolerùncia relativamente às necessidades e expectativas de cada pessoa.
As novas tecnologias também serão usadas em prol dos interesses das empresas, nomeadamente para monitorizar os trabalhadores.
Estas sĂŁo algumas das tendĂȘncias assinaladas pela especialista de coaching de carreira Caroline Castrillon num artigo para a Forbes, e pelo futurista Bernard Marr, influenciador e autor conhecido com vĂĄrias obras escritas nas ĂĄreas dos negĂłcios e das tecnologias.
Vamos, de seguida, abordar as tendĂȘncias apresentadas pelos dois especialistas de forma mais detalhada…
1. Disputa pelos melhores talentos
Os trabalhadores, sobretudo os que tĂȘm qualidade e as competĂȘncias certas, vĂŁo ter “a faca e o queijo na mĂŁo”, com as empresas a disputarem os melhores talentos.
Este cenĂĄrio dĂĄ um empoderamento interessante aos trabalhadores que poderĂŁo pedir maiores salĂĄrios e melhores benefĂcios, colocando exigĂȘncias em cima da mesa para assinarem contratos.
Os estudantes que estĂŁo a sair das faculdades tambĂ©m podem ter Ăłtimas oportunidades de empregabilidade, especialmente em ĂĄreas como os Serviços Digitais. Mas tambĂ©m a SaĂșde continua a dar boas possibilidades.
à claro que as oportunidades dependem sempre das qualificaçÔes, da atividade e da profissão envolvidas.
Neste Ăąmbito, a transparĂȘncia salarial Ă© outro fator importante. Os trabalhadores querem, cada vez mais, ter a perceção de como Ă© que os seus esforços estĂŁo a ser recompensados, e em que medida o seu contributo para o sucesso da empresa Ă© valorizado.
Trata-se de outro dado importante para atrair e reter talentos. A clareza na polĂtica salarial, com os atrativos certos, pode fazer a diferença na hora de contratar os melhores do mercado.
2. Flexibilidade entre trabalho remoto e trabalho no escritĂłrio
A pandemia mostrou ao mundo as maravilhas do teletrabalho e hĂĄ quem nĂŁo esteja disposto a abdicar dessa possibilidade. Assim, as empresas tĂȘm de mostrar abertura para um regime que permita trabalhar, pelo menos em parte do tempo, fora do escritĂłrio, por via remota.
JĂĄ no presente, e nos prĂłximos anos, espera-se que haja maior flexibilidade para conciliar os dois modelos, implementando-se um formato de trabalho hĂbrido que permita ficar em casa nuns dias e ir ao escritĂłrio noutros.
Contudo, este modelo pode trazer novos problemas, pois pode fazer com que alguns colaboradores se sintam menos conectados com os colegas. Isso pode criar dificuldades de comunicação e no desenvolvimento da uma cultura de empresa.
3. HorĂĄrio de trabalho mais flexĂvel
Gradualmente, o modelo da actual semana de trabalho pode ter os dias contados. A ideia da semana de quatro dias de trabalho tem sido alvo de diversos estudos e hĂĄ empresas e paĂses a implementĂĄ-la, com resultados positivos.
Nos prĂłximos tempos, devem surgir novos projetos neste Ăąmbito, pois diz-se que pode aumentar a produtividade. AlĂ©m disso, permite conciliar melhor as vidas pessoal e profissional – portanto, ficam todos a ganhar!
Esta Ă©, assim, outra tendĂȘncia em crescendo e que alguns trabalhadores podem desejar abraçar. Mas vĂȘ que nĂŁo se trata, na maioria dos casos, de trabalhar menos horas, apenas de adaptar o horĂĄrio, condensando em quatro dias as horas que trabalhariam em cinco dias.
Contudo, algumas empresas admitem mesmo reduzir o horĂĄrio de facto, sem reduzir salĂĄrios. Este cenĂĄrio pode implicar resultados positivos para a saĂșde mental e fĂsica dos trabalhadores, e isso pode trazer benefĂcios em termos de produtividade global.
4. Monitorização dos trabalhadores
Com o aumento do trabalho remoto, vai tambĂ©m aumentar a “vigilĂąncia” sobre os trabalhadores. Cada vez mais empresas estĂŁo a apostar em ferramentas de monitorização dos seus funcionĂĄrios.
Assim, recorrem a softwares que permitem “vigiar” o que estes andam a fazer e de que modo estĂŁo a gastar o seu tempo. Trata-se de rastrear a atividade dos colaboradores, medindo, nomeadamente, quanto gastam em determinadas tarefas e/ou projetos.
Mas Ă© um grande desafio para as empresas, pois tĂȘm de equilibrar os seus interesses com a privacidade e os direitos pessoais dos seus trabalhadores.
5. SaĂșde mental a ganhar importĂąncia
A questĂŁo da saĂșde mental e do trabalho tem vindo a ganhar cada vez mais importĂąncia. A pandemia veio colocar o foco nestes aspetos.
Mas vai continuar a dar-se ĂȘnfase ao assunto, atĂ© porque as empresas estĂŁo mais alertas para a associação entre o bem-estar mental e a produtividade.
Em tempos de muitas incertezas e repletos de desafios, os problemas psicolĂłgicos podem agravar-se. Isso vai exigir um maior investimento dos empregadores no bem-estar mental dos seus colaboradores.
Uma das situaçÔes que podem tentar prevenir Ă© o “burnout“, ou seja, o esgotamento, que Ă© uma das causas de abandono do emprego. Neste Ăąmbito, as empresas tambĂ©m podem usar os softwares de monitorização de trabalhadores para incutir prĂĄticas saudĂĄveis, por exemplo, pausas a meio do trabalho.
6. Melhor colaboração online com o metaverso
O aumento do trabalho remoto também vai exigir ambientes online cada vez mais colaborativos. Neste caso, pode sentir-se o impacto do metaverso em vårias organizaçÔes nos próximos anos.
A expetativa Ă© que haja “ambientes de trabalho colaborativos cada vez mais imersivos”, como destaca Marr, recordando que jĂĄ hĂĄ gigantes tecnolĂłgicas a investirem nesta ĂĄrea.
A Meta, a empresa que detém o Facebook e o Instagram, estå a apostar na plataforma Horizon Workrooms. Jå a plataforma Mesh da Microsoft permite adicionar avatares e recursos de Realidade Aumentada ao ambiente de trabalho colaborativo do Microsoft Teams.
Mas tambĂ©m a plataforma de videoconferĂȘncia Zoom tem lançado novas funcionalidades que vieram facilitar o trabalho colaborativo.
Assim, nos prĂłximos tempos, podemos esperar “reuniĂ”es virtuais, sessĂ”es de formação e apresentação de vendas mais imersivas e envolventes”, com ambientes multifuncionais, como realça Marr.
Agora que jĂĄ conheces estas seis tendĂȘncias do mercado de trabalho na era digital, podes pensar em como te adaptar ao que aĂ vem. Trata de planear qual Ă© o papel que queres desempenhar no “admirĂĄvel mundo novo” do futuro prĂłximo e prepara-te devidamente.
Parece evidente que o “poder” estĂĄ, cada vez mais, nas mĂŁos dos trabalhadores com talento. Assim, as empresas de maior sucesso serĂŁo as que colocarem os funcionĂĄrios em primeiro lugar.